FOI BONITA E FESTA, PÁ!!!
Ontem fiquei muito contente.
As nossas Forças Armadas, com dignidade e rigor, desfilaram a serem aplaudidas por centenas de cidadãos.
Na Assembleia da República houve elevação e dignidade (exceptuando alguns improvisos, que, como todos quase todos os improvisos, correm mal).
Achei de uma qualidade e de uma dignidade únicas o discurso de Rui Tavares do Livre e de Ana Gabriela Cabilhas do PSD.
Dois discurso repletos de sentido, de profundidade, que resumiram o passado mas também projectaram o futuro de abril.
Mariana Mortágua também teve um discurso notável, somente pecando por uma ataque feroz ao capitalismo…. Mas como sabemos que não é defeito mas feitio, entende-se e perdoa-se.
Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia da República proferiu um discurso de Estado, imparcial, conciliador, democrático.
Louvaram-se os heróis da liberdade, da esquerda à direita.
Os restantes partidos foram "medianos" e "quem dá o que tem a mais não é obrigado".
Por isso…
André Ventura decidiu fazer um falso improviso (o truque tem quase 100 anos e era o preferido de Churchil) e lá consegui mais 200.000 votos, fazendo um número teatral cheio de impacto, vazio de sentido, mas que atinge, em pleno, os seus objetivos que, no fundo, é o que lhe importa.
E não se pode condenar um homem por fazer tudo para atingir os seus objetivos de modo legal.
Sinceramente o discurso que menos gostei foi mesmo o de Sua Excelência, o Presidente da Republico.
Aquela interminável lição de história era completamente desnecessária.
Mas entende-se.
Quem, durante anos, se habituou a ser aplaudido e quase reverenciado por todos, uma voz incontestada, uma moral impoluta, as últimas semanas devem ter sido muito duras e amargas.
Assim, o Presidente, optou por não discursar mas como tinha que dizer alguma coisa lá deu uma aula… não era o local, nem o momento.
Mas, ao menos, não disse nenhum disparate.
O que, tendo em conta os últimos tempos, já não é mau de todo.
Mas o melhor do dia foi os mais de 1 milhão de pessoas, de muitas nacionalidades, de muitas convicções políticas, com diferentes opiniões, de todas as gerações, umas ao lado das outras, sem questões e polémicas, a descer a avenida a festejar a liberdade e a democracia.
Ha muito tempo que não sentia tanta esperança, tanta alegria, me sentia tão português como ontem, quando, confesso, atónito, vi aquele mar ondulante de cidadãos unidos por aquilo que, de facto, conta.
Ontem foi bonita a festa, pá! como diz Chico Buarque na eterna e genial canção "Tanto mar!" precisamente dedicada ao 25 de Abril.
Agora é só estender essa alegria a todos os dias que se seguem a Abril.