ELEIÇÕES EM ANGOLA

04-09-2022

Foi com grande expectativa que segui as eleições em Angola.

E foi com grande curiosidade que vi os seus resultados.

Primeiro acho, sinceramente, e com base em todas as informações que nos chegaram, que as eleições foram livres e justas.

Houve casos? Claro que houve, há sempre! 

Mas não ao ponto de por em causa a veracidade dos resultados eleitorais.

Depois é, sem margem para dúvida, o fim de uma era.

O MPLA tinha a sua base alicerçada na gratidão imensa que o povo lhe tinha por ter, com José Eduardo dos Santos, garantido a paz.

Mas o José Eduardo dos Santos morreu e a geração que se lembra da guerra também está cada vez velha e a sua representatividade eleitoral a diminuir.

A geração que começa a ter expressão e representatividade no eleitorado angolano já não se lembra da guerra, já não está presa a gratidões, já não está agarrada aos velhos fantasmas.

É uma Angola jovem, ambiciosa, mas pouco "educada" em termos políticos.

O que a faz "presa fácil" de demagogias, líderes carismáticos e promessas eleitoralistas.

E se essas são ""ferramentas" que Adalberto Costa Júnior parece saber usar e cada vez melhor, João Lourenço e toda a estrutura do MPLA parecem estar presos a um modelo ultrapassado, fossilizado de estar e fazer política.

O que nos leva a uma previsão não muito difícil de fazer:

Ou o MPLA altera, completamente o seu modo e modelo de fazer política e relacionar-se com o eleitorado ou será o seu último mandato à frente dos destinos de Angola.